Acordei um dia e estava triste.
Tive um sonho ruim naquela noite. Era difícil distinguir se a tristeza foi plantada em mim por pensamentos e histórias aleatórias que minha mente criou enquanto eu dormia ou se foram as histórias tristes que já tinha vivido enquanto estava acordado.
Acordado e em pé pensava. Tentei trazer a mim toda atenção e presença que pude, para viver meu dia como é Agora. Esquecendo o passado e não se preocupando com o futuro, tentei focar-me exclusivamente nos meu problemas cotidianos. Assim, a cada momento eu criava histórias e gravava em minhas memórias novos capítulos.
Nessa estratégia fiquei até perder-me novamente nos inúmeros pensamentos que, cada vez mais fortes, voltavam. Descobri que o que realmente gostava era me cercar de um mundo criado. Com algumas das verdades óbvias que eu conhecia, com mentirinhas que eu gostava de inventar para parecer mais bonito, com aquilo que eu achava que fosse verdade mas era mentira.
De acordo com o tempero de meus sonhos, acordados ou não, meu humor andava. Ora calmo, ora triste, ora agitado, ora alegre.
O mundo por fora continua sempre o mesmo. Sempre sábio e real. Racional e misterioso. E eu faço meu interior com ele, mas nunca exato. Interpretado ao sabor de minhas mentes consciente e inconsciente.
Fui envelhecendo e colecionando tudo que podia sentir. Conhecendo as pessoas e admitindo que sou diferente do que há lá fora, percebi que cada um faz a mesma coisa, mas de jeitos completamente diferentes. Criam suas próprias dimensões, pois são pessoas diferentes. Estão em lugares diferentes, possuem genes diferentes, estão sujeitas a forças diferentes, amam outras coisas.
Quando entro em contato com cada uma dessas dimensões vejo como resultado algo que não sou eu nem a pessoa. É criada uma terceira dimensão. E com cada contato a cada momento tudo muda e é diferente.
...sabendo que o universo é o mesmo para todos, que nascemos a cada instante um do outro, não posso distinguir o interior de minha mente do mundo exterior. Não posso distinguir mundos e dimensões. Tudo é único. Não há sonho nem realidade. Mudo a cada instante abraçando a dor e a felicidade como elas são, parte do intocável.
Só espero conseguir deixar minha mente aberta para que você possa olhar por mim.
Para que você me ajude a enxergar além do que vejo.
Para que você me proteja durante a noite.
Para que eu possa sorrir ao seu lado em lucidez silenciosa.
Bom ano novo para todos.
=)
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
World of Sheep
Percebi uma coisa.
O mundo - ou, pelo menos, no mundo em que vivo - nos leva acreditar que somos especiais. Ou melhor, de que sou especial. Nascemos e já, desde crianças, somos doutrinados de que somos excepcionais.
De que serei um jogador de futebol internacionalmente famoso. De que serei atriz cobiçada pela beleza e pelo espantoso número de admiradores. De que serei médico e ajudarei os povos desamparados da África.
E, em algum momento, quando algum plano falha, nosso cérebro muda imediatamente o significado de sucesso. O plano que falhou se mostra inadequado e um diferente mais atraente.
Vivo dentro de mim. Conheço algumas das minhas limitações, mas algum pensamento, instalado em mim, me diz que sou excepcional e vou fazer uma grande diferença no mundo, não importando o que eu faça.
Sou levado a todo instante a comparar meu estado com o de outros. A cada momento justifico com argumentos claros cada movimento, cada acontecimento, cada vingança, cada frustração.
Talvez seja essa nossa defesa biológica contra falha de planos. Talvez a interpretação de certos fatos como falha de planos seja uma desvantagem genética. Tanto faz.
E se realmente formos todos medíocres? Coadjuvantes da história dos outros?
E se todos formos apenas o que somos? Sem mais nem menos. Sem medidas de bom, ruim, perdedor, ganhador. Se a cada instante tivéssemos a memória apagada e isso pouco importasse?
Sem pesos nem medidas, a felicidade/satisfação dependendo apenas do Agora. O que seria?
Provavelmente nos restaria ser apenas nós mesmo... e nada mais.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Sem Filtro
Fui um dia desse no Google e digitei: blogger arrested.
Vou antecipar aqui algum dos resultados dessa busca:
Há censura? Sim, sem dúvidas. Pode haver leis que protejam os direitos de expressão ou leis que simplesmente o proibam de publicar o que vc quiser, onde quiser. Na lista acima há dos dois exemplos: Na Arábia Saudita a censura da internet é uma ferramenta legal, imposta pelo governo, teoricamente, escolhida pela população, cujo propósito inicial é "barrar pornografia, jogos ilegais, venda de drogas e qualquer outra coisa que o governo achar inadequado". Mas na lista acima há também o Reino Unido e França, cujos governos são sustentados sobre os princípios da liberdade de expressão.
Mas a questão que realmente me intriga não são as leis ou suas consistências pelos governos do Mundo. O que me intriga é a tentativa de controle da internet. Milhares de mainframes no mundo todo armazenam todo o tipo de informação: desde textos de blogs até fotos de pornografia infantil. E essa informação está em constante movimento, passeando sem pausa por cabos de fibra-óptica e transistores por cada canto do mundo.
Como fazer para controlar a internet? "Controle", "leis", "filtros" são conceitos que só podem ser aplicados à cultura de quem os cria, para dar direção a comportamentos e consertar o que está errado sobre um ponto de vista. Como se faz isso para internet? Imagino que qualquer censura local (como a da Arábia Saudita ou o Great Firewall of China) contra a internet é algo que não faz sentido. Não há como silenciar cada blogueiro da internet. A informação uma vez na rede, muito provavelmente, ficará lá por tanto tempo quanto a rede existir.
(Na imagem: Blogueira e filóloga cubana Yoani Sanchez presa em Cuba por suas opiniões políticas. Recebeu do presidente estadunidense Barack Obama cumprimentos pelo conteúdo de seu blog Generacion Y)
Imagino que a solução mais plausível para este impasse seria se houvesse um governo único para a Terra. Um consenso mundial do que é bom e ruim, comum para todos os seres humanos. Logicamente é uma idéia utópica no momento, o que mostra que a internet é o maior meio sem dono do mundo. Ao mesmo tempo que é o maior denominador comum entre pessoas do mundo.
Olhando por este ângulo, uma conclusão racional é de que restringir o conteúdo da internet é restringir a humanidade, já que a internet é a soma de grande parte do conhecimento humano. Aumentamos em algumas dimensões nossa percepção de mundo com o advento da internet, restringi-las seria como deixar alguém cego para que não veja as coisas ruins do mundo.
Note que na busca que fiz acima, muitos dos resultados falavam sobre donos de blogs que foram presos por promover a pornografia infantil ou racismo. Justiça ou não, bom ou ruim, essas pessoas que tiveram seus blogs encerrados mostravam faces de como a humanidade realmente é, sem filtro, na veia.
=)
Vou antecipar aqui algum dos resultados dessa busca:
- Loic Le Meur Blog: A French blogger arrested by the Police because ...
- Saudi Blogger Arrested for Political Web Content
- Greek blogger arrest infuriates world • The Register
- South African blogger arrested | Fromtheold
- The Amboy Times: UK Blogger Arrested
Há censura? Sim, sem dúvidas. Pode haver leis que protejam os direitos de expressão ou leis que simplesmente o proibam de publicar o que vc quiser, onde quiser. Na lista acima há dos dois exemplos: Na Arábia Saudita a censura da internet é uma ferramenta legal, imposta pelo governo, teoricamente, escolhida pela população, cujo propósito inicial é "barrar pornografia, jogos ilegais, venda de drogas e qualquer outra coisa que o governo achar inadequado". Mas na lista acima há também o Reino Unido e França, cujos governos são sustentados sobre os princípios da liberdade de expressão.
Mas a questão que realmente me intriga não são as leis ou suas consistências pelos governos do Mundo. O que me intriga é a tentativa de controle da internet. Milhares de mainframes no mundo todo armazenam todo o tipo de informação: desde textos de blogs até fotos de pornografia infantil. E essa informação está em constante movimento, passeando sem pausa por cabos de fibra-óptica e transistores por cada canto do mundo.
(Na imagem: Blogueira e filóloga cubana Yoani Sanchez presa em Cuba por suas opiniões políticas. Recebeu do presidente estadunidense Barack Obama cumprimentos pelo conteúdo de seu blog Generacion Y)
Imagino que a solução mais plausível para este impasse seria se houvesse um governo único para a Terra. Um consenso mundial do que é bom e ruim, comum para todos os seres humanos. Logicamente é uma idéia utópica no momento, o que mostra que a internet é o maior meio sem dono do mundo. Ao mesmo tempo que é o maior denominador comum entre pessoas do mundo.
Olhando por este ângulo, uma conclusão racional é de que restringir o conteúdo da internet é restringir a humanidade, já que a internet é a soma de grande parte do conhecimento humano. Aumentamos em algumas dimensões nossa percepção de mundo com o advento da internet, restringi-las seria como deixar alguém cego para que não veja as coisas ruins do mundo.
Note que na busca que fiz acima, muitos dos resultados falavam sobre donos de blogs que foram presos por promover a pornografia infantil ou racismo. Justiça ou não, bom ou ruim, essas pessoas que tiveram seus blogs encerrados mostravam faces de como a humanidade realmente é, sem filtro, na veia.
=)
sábado, 7 de novembro de 2009
Comunicação que Liberta, Comunicação que Aprisiona
Estive um tempo viajando, fora do país. Levei meu laptop para manter um pouco de contato com a terra de origem, mandar uns e-mails, descarregar as fotos da câmera e colocá-las online o mais rápido possível. Porém, não encontrei muito tempo para ficar procurando redes Wireless por lá e também nem me interessava muito perder tempo com essas coisas, então fiquei 11 dias praticamente sem internet. Levei também meu celular, mas minha operadora me cobraria um valor que eu não estava disposto a pagar para ter benefícios internacionais, então ele ficou como mp3 player mesmo...
Não me dei grande falta destes dispositivos por esse tempo. E ainda relembrei como usar um telefone público.
Porém, quando voltei pra casa... caixa de entrada lotada, milhares de fotos para serem organizadas, mostradas, N mensagens no celular, etc. Pensei em algumas coisas que me chamaram a atenção:
De fato, esses dispositivos não fizeram muita falta, enquanto estive apenas me divertindo. Foi até bom estar "inacessível" por um tempo. Contudo, quando cheguei e tive de por em dia essas inúmeras como e-mail e SMSs, me dei conta de que não há como fugir de estar conectado. Isso é óbvio para qualquer executivo! Mas eu não sou nenhum pouco executivo, e senti uma diferença drástica no meu modo de vida num intervalo de tempo de apenas 1 semana e meia.
Somos requisitados o tempo todo de viver em redes digitais. E-mails para o contato mais formal, twitts e scraps para chamar os amigos pra sair no fds ou comentar a partida de futebol da semana. Ou até aquela mensagenzinha de celular mandada na inevitável ida ao banheiro.
Poderíamos simplesmente recusar tudo isso!
Mas acredito que seria como um míope se recusar a usar óculos... É possível viver!
Imagine só um grupo de amigos da década de 70, quantas frases eles deveriam ter trocado entre si num intervalo de 10 anos, somando todos os meios de comunicação disponíveis?
Agora, outro grupo de amigos na década de 2000...? Quantas idéias e discussões a mais foram trocadas entre eles com relação ao grupo anterior? As relações com certeza ficaram muito mais rápidas e, consequentemente, mais profundas...
Acredito eu, podemos tirar proveito imenso dessa rapidez e praticidade. Ser pessoas mais pessoais, presentes e humanas. O que muitos estranham é a qualidade da informação trocada por esses meios... Os meios facilitam, mas não são eles que geram a informação: são as pessoas.
E pessoas não se consertam com tecnologia.
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009
A Visão do Futuro pela Microsoft
Fiquei fora por um tempo, viajando por lugares interessantes. Ando muito ocupado recuperando o tempo "perdido" na faculdade por causa da viagem, por isso os posts aqui andam escassos. Pretendo retomar a produção o mais breve possível.
Enquanto isso deixo aqui mais algumas coisas interessantes.
Já comentei anteriormente que estamos em tempos exponenciais, que é difícil até de acompanhar as mudanças e novidades que surgem por aí. Apresentei o Milo, o rapaz feito de algoritmos da Microsoft, que interage com as pessoas.
Novamente, a Microsoft anda - como eu - empolgada nesse assunto. Recentemente ela publicou um vídeo de como pode ser o futuro em 2019. Pra quem não viu, valeu muito a pena ver:
É uma especulação, difícil de afirmar, pelo menos é lindo filme! Porém, nem tudo nesse vídeo é completa ficção, a Microsoft já tem na manga o começo do fim do teclado: Surface Computing:
Estou ansioso para 2019!
=)
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Hello Milo!
Dois posts atrás falei um pouco do futuro, de como a tecnologia poderá interligar pessoas de um jeito muito eficiente, que é difícil de imaginar. Muitas das idéias de que falei soam muito utópicas, como a de que em breve será comum usar máquinas como extensões de nosso corpos, como a geração de uma consciência coletiva por causa da facilidade do acesso à informação, etc.
O nome Projeto Natal, é uma homenagem a cidade brasileira Natal. Natal em latim que dizer nascimento. Nascimento de uma coisa muito interessante por sinal.
De certa forma, usar óculos ou colocar um iPod nas orelhas são um início rudimentar dessas idéias. Contudo, mesmo com esses argumentos, esse futuro ainda pareceu distante e irreal. E hoje eu trouxe mais um exemplo para dar mais emoção a essa história. =)
Todo ano ocorre a E3, Electronic Entertainment Expo, a maior feira comercial da indústria de games do mundo. Este ano, a Microsoft mostrou o funcionamento do mais novo dispositivo que integrará o Xbox 360, o Projeto Natal.
O dispositivo é ligado ao video-game e disposto de forma que possa "enxergar" o jogador. Então tudo que o jogador faz: desde sua imagem e movimentos até sua fala podem ser captados e interpretados pelo dispositivo. Isso pode gerar uma interatividade inédita na tecnologia, como o reconhecimento de emoções e atividades.
Milo, um simpático personagem de um dos games do Xbox 360, é quem estreou o dispositivo na E3. Look by youself:
O nome Projeto Natal, é uma homenagem a cidade brasileira Natal. Natal em latim que dizer nascimento. Nascimento de uma coisa muito interessante por sinal.
=)
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segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Webdesign: A Oitava Arte
Criar websites é uma tarefa complexa. Juntar recursos, usabilidade e beleza é um técnica que todo bom webdesigner deve saber. Trabalhando um pouco nesse meio, descobri o design na sua mais nova forma: webdesign.
Criar uma aparência bonita para uma página de internet é trabalho para um artista. Porém, sua arte não será apenas apreciada, mas usada, rolada pra cima e pra baixo, escreverão em cima dela e será cutucada indefindamente por cliques de mouse.
Cada curva bonita, acompanhada de efeitos com janelas que se movem, acendem luzes, cores que mudam, sons, vídeos e imagens que transbordam de cada mínimo detalhe deve ser cuidadosamente calculados para que tudo ocorra como o desejado. E somado a isso, a página deve ser leve e que não demore para abrir tempo suficiente para que o usuário se irrite e deixe o site.
O blog da CrazyLeaf Design elege todo ano os 40 designs mais bonitos. Confira alguns dos eleitos em 2008, abaixo.
http://satsu.co.uk/
http://www.pixelcriminals.com/
http://www.ernesthemingwaycollection.com/
http://great-design.blogspot.com/
http://www.noedesign.com/
A ferramenta padrão para dar design e arquitetura a uma página chama-se CSS, Cascade Stylesheet, ou Folha de Estilo em Cascata. Uma sequência de códigos CSS diz à página onde cada elemento ficará, quanto de espaço ocupará, qual cor, imagem, decoração mostrará e etc, independentemente do seu conteúdo.
Para perceber o que o CSS pode fazer vejamos este famoso site: css Zen Garden. Ele promove uma pequena competição para artistas da web. O site da css Zen Garden possui um determinado conteúdo, os artistas interessados mandam seus layouts no formato de CSS para o css Zen Garden. Os mais bonitos ganham um link na página. Navegue pelas opções de Select a design no css Zen Garden para alterar entre os layouts criados e perceba que a página é a mesma sempre, o que muda é apenas aparência criada pelos webdesigners.
http://www.csszengarden.com/
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