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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Time Management II

Continuando o texto do post anterior...
Entramos na seguinte questão agora: como mudar? Como aprender a nos gerenciar?

A mudança!...não é fácil....

Existe algo que precisamos saber sobre nós mesmos: nós somos criaturas de hábito. 99% dos pensamentos e emoções e até mesmo movimentos que tivemos hoje são iguais aos de ontem. Mesmo quando lemos algo novo, depois de um tempo já voltamos a fazer o que sempre fizemos. Por isso não é possível ter a habilidade de observar o ego o tempo todo, pois sempre estaremos em piloto automático algumas partes do dia, uma vez que somos criaturas de hábito. Inclusive é curioso observar que quando reencontramos amigos que não vemos há muito tempo vemos que algumas atitudes suas mudaram, mas toda a essência e comportamentos são iguais! É como se você ainda tivesse contato com aquela pessoa de anos atrás! Também vale lembrar que alguns sofrem mudanças incríveis, pois geralmente possuem uma habilidade maior de observar o ego, e não são narcisistas, então elas interpretam feedbacks sociais para se adaptarem melhor aos ambientes e as suas atitudes.

Portanto, se queremos recuperar a habilidade de focar por um longo período de tempo em uma tarefa e aumentar nossa eficiência e produtividade, bem como fazer melhores escolhas, precisamos “adquirir” estes hábitos. E quando isto acontecer, deixar que eles corram no piloto automático, como um hábito!
Imaginar que nós temos controle de nós mesmos é uma ilusão. Podemos desenvolver a habilidade de observar o ego, mas este recurso, além de extremamente difícil de se desenvolver, perde-se fácil. Existe algumas técnicas que DeAngelo discute, posso tentar postar em um outro post xD!
 Então, vamos aproveitar a “correnteza” da nossa natureza! Podemos muito bem instalar hábitos saudáveis e que nos levem ao sucesso! Isto certamente exigirá uma forte observação do ego e força de vontade, mas com o tempo se torna natural e agradável!
Um novo hábito é adquirido da seguinte maneira:




Precisamos de aproximadamente 30 dias para instalar um novo hábito. Vamos supor que estamos querendo começar a fazer exercícios físicos todos os dias.
Os primeiros 10 dias são conhecidos como Defiance, ou, Desafio. Nestes 10 dias seu corpo irá lutar contra você e o seu novo hábito, e, a menos que você decida de forma consciente continuar se exercitando e atravessando a dor e a preguiça, você retornará a estaca zero. É nesta fase que arranjamos desculpas do tipo: “Amanhã eu faço isso. Hoje é melhor eu descansar” ou “hoje estou sem tempo, amanha eu faço”. Amanhã daremos a mesma desculpa, pois 99% do que faremos amanhã já fizemos hoje. Atravessando esta fase, virá a próxima fase, de mais 10 dias, conhecida como Resistência. Seu corpo ainda oferece resistência ao novo hábito, mas pra você já é mais fácil fazer exercícios. Mesmo assim, você deve continuar observando-se e ver as desculpas que você arranja (ego defense) para negar-se a fazer exercícios.
Se você conseguir passar por esta fase, virão os próximos 10 dias, conhecidos como Acclamation. Aqui já fica fácil fazer exercícios e você se aproxima do tipping point, que é quando seu corpo começa a te dar energia para que você se exercite. Neste caso, ficar sem exercício é que é estranho! Com isto um novo hábito foi instalado, e agora apenas deixe-o correr, como um programa que fica rodando no seu computador!
No que isto pode ajudar no time management?

Benjamin Franklin (na minha opinião o maior gênio de todos os tempos) disse:

“Um dia perfeito tem 8 horas de trabalho, 8 horas de diversão e 8 de descanso”
 

Um bom Time Management tenta seguir esta proporção. A idéia agora é utilizar o conceito de Peter Drucker, provavelmente o maior gerente de todos os tempos. Ele dizia: “trabalhe em blocos de 90 minutos ou 120 minutos ou mais”, no seu livro “The Effective Executor”.
Ou seja, o que queremos até então é descobrir uma forma de manter-nos focados, entrar nos estados zone, flow e enjoyment com o que estamos fazendo e eventualmente produzirmos muito mais do que estamos acostumados. Uma forma saudável de se fazer isso surge desta idéia de se trabalhar em blocos, bem como respeitar nosso Ultradian Rhythm.


A figura acima mostra um exemplo deste ritmo. O corpo humano funciona por ciclos. Por exemplo, de manhã, estar acordado, à noite, dormindo (antes era assim!), há também ciclos para secretar hormônios, liberar enzimas, excretar excessos e assim por diante.

Dentre estes ciclos, ou ritmos biológicos, existe um que no inglês se chama ultradian rhythm. É um ciclo que se assemelha a curva azul na imagem acima. Considerando a curva azul e a reta amarela, quando a curva está acima da reta é o período que temos energia. É neste período que podemos nos focar por um longo período e trabalhar em nossas tarefas e adquirir novos hábitos. Mas quando a curva azul fica abaixo da reta, é quando sentimos de repente um estranho “cansaço”. É como se nossas forças de repente fossem embora e temos uma vontade estranha de parar tudo e dormir. Quando sentimos isto o que fazemos? Bebemos café...(lembrando que quando estamos distraídos, não sentimos isto. Geralmente ocorre em tarefas “menos” atraentes como o desenvolvimento de algum trabalho de estudo ou algo manual).
Afim de juntar todos estes conceitos, David DeAngelo chegou no que ele chama da “60-60-30 Solution”. Basicamente, é trabalhar mantendo-se focado (tentando eliminar distrações e interrupções de dentro de você e fora de você, no ambiente) por 2 blocos de 60 minutos. Então sobram os 30 minutos de descanso. Uma forma de dividir isto é trabalhar 50 minutos focado, depois em 10 minutos você faz outra coisa que seja diferente e “relaxante”. Então você volta mais 50 minutos focados, mais 10 descansando. No descanso a idéia não é entrar no YouTube e assistir vídeos, mas, de preferência, algo que envolva movimentar o corpo e descansar a mente.

A importância de se descansar é documentada no livro best-seller “The Power of Full-Engagement” de Tony Schwartz, inclusive este livro fundamenta toda esta teoria de time management exposta aqui. Ele escreve sobre jogadores de tênis e um estudo envolvendo as diferenças entre os melhores jogadores e os medianos. Utilizaram câmeras para observar quais movimentos eram diferentes e descobriram que eram basicamente iguais! Não havia nenhuma diferença que explicasse porque os melhores eram melhores! Até que depois de muito estudo, perceberam uma “mania” estranha entre os melhores jogadores. Durante os pequenos intervalos que ocorrem no jogo, eles tinham o hábito de segurar a raquete com a outra mão que não era utilizada no jogo. Não obstante, eles brincavam com as linhas da raquete, como se estivessem tocando alguma música. Então surgiu a pergunta: “será que estes jogadores, por estarem descansando e pensando em outra coisa diferente, tem um aumento considerável do desempenho?” Você já sabe a resposta! É como quando estamos trabalhando em algo por algum tempo e resolvemos parar um pouco. Damos uma volta, comemos algo, e quando voltamos encontramos algumas respostas que ajudam a completar o trabalho!

A solução 60-60-30 visa respeitar este ciclo do nosso corpo no qual focamos por um período de tempo e então vamos fazer outra coisa diferente para recuperar energia, relaxar. Por isso faz bem dormir depois do almoço (cesta), é uma forma de recuperar energia num período de baixa do ultradian rhythm. Com isto, não matamos a galinha dos ovos de ouro, conforme diz Stephen Covey no seu best-seller. Basta, então, arranjarmos tarefas que tentem respeitar a proporção entre trabalho, diversão e descanso conforme Benjamin disse. Diversão, no caso, são tarefas que usam o cérebro direito, como música, artes e tarefas que envolvam o uso dos 5 sentidos sensoriais. Por curiosidade, é por isto que antigamente era uma forte tradição convidar nossos parentes e amigos para comer em casa, pois esta atividade envolve basicamente todos os sentidos do corpo humano, sendo rica neste sentido! E também por isso que o vinho é uma bebida tão fácil de se apreciar! Pois usa muitos dos nossos sentidos!

Algumas dicas e estratégias para ajudar-nos a aliviar distrações e interrupções seguem a seguir:


  •  Podemos verificar os e-mails apenas 2 vezes por dia. (o leitor agora deve estar suando frio) Com certeza isto não é possível para todos os dias, mas, podemos considerar realmente em verficar apenas 2 vezes o e-mail. Eu tenho visto de manhã e à noite, pronto. Há dias que recebo mais vezes, mas no geral, apenas 2 vezes
  • Diminuir as horas na frente do computador. (no começo isso dói mesmo! Hehehe)
  • Evitar ficar horas assistindo vídeos
  • Desligar alertas. Este é importante. As vezes estava estudando e de repente meu navegador indicava que um e-mail chegou...(existem estudos que calculam que se você estava concentrado em uma tarefa e foi interrompido, você demora 20 minutos para recuperar seu estado de concentração) ou o meu feedreader que a cada 10 minutos me trazia novas mensagens (média de 30 mensagens novas)
  • Diminuir os jogos.
  • Evitar assistir ao noticiário e receber notícias. (!!!)


Quando DeAngelo disse este último tópico também fiquei surpreso. Mas logo ele me convenceu disto. Ele fez uma simples pergunta: “Quantas noticias que lemos são realmente úteis?” Provavelmente, de cada 100, uma é boa, o resto é de médio para ruim (ruim no sentido de que não acrescenta em nada). O que faço agora é entrar no UOL e apenas vejo que notícias foram publicadas. Se alguma me interessar eu a leio (isto raramente ocorre...!). Ou uma forma eficiente de ficar informado é conversando. As pessoas comentam as principais notícias. Lembro-me um dia de que passei pelo quarto e minha mãe disse: “Nossa...que coisa triste a situação do Rio!” então perguntei: “O que aconteceu?” Primeiro ouvi um grito um pouco insano: “COMO O QUE ACONTECEU!? Você não sabe!?” Ela me explicou o que aconteceu...e fiquei feliz por não ter perdido meu tempo ouvindo sobre as chuvas do Rio. Isto não é egoísmo! Mas, se as máscaras de oxigênio caem em um avião, o que você deve fazer? Primeiro coloca a máscara em você! E depois nos outros. É imprudente fazer o contrário. Estou fazendo isto também. Não li sobre as chuvas mas li sobre como o cérebro funciona, o que hoje me vale muito mais! Quero chegar longe na vida e ser útil! Ouvir sobre chuvas, terremotos, tsunamis, assassinatos de entregadores de pizza me tira do meu objetivo de vida. Espero que você leitor se identifique comigo neste ponto xD!

Portanto, a idéia de toda essa discussão é entender o novo mal do século: distração. Entendendo isto e entendendo o mal que isto faz para a nossa psique, podemos pró-ativamente trabalhar para adquirirmos novos hábitos que nos ajudem a focar em nossas tarefas, o que pode com o tempo nos levar aos estados de prazer conforme foi descrito. Observar o ego é uma ferramenta fundamental no processo (assistir suas escolhas que estão sendo feitas) e utilizando-o para focarmos em nosso desenvolvimento podemos experimentar o vôo descrito por Da Vinci. Uma vez lá, sua alma para lá se guiará.

A idéia não é parar de vez com distrações e nunca mais assistir TV, pois isto não é possível! Hehehe! No entanto, podemos considerar em reduzir isto consideravelmente do nosso dia a dia e trocar por tarefas que nos desenvolvam. Estas mudanças não ocorrem facilmente e Tony Schwartz e David DeAngelo dizem para você trabalhar em apenas um novo hábito por mês (eles chamam isto de Ritual. No ritual você se esforça para adquirir o seu novo hábito. De manhã costuma ser melhor!), pois, mais que isso o corpo não agüenta (uma das piores fontes de stress para nós humanos é a mudança. Inclusive esta é uma das causas da depressão. Algumas pessoas em depressão têm um certo senso de certeza sobre elas mesmas, e isto causa um alívio, logo elas precisam do sofrimento da depressão para ter o alívio da certeza de que elas não mudarão. (Dr. Paul Dobransky. The Seventh Sense Seminar).

Uma boa divisão do tempo pode ser 50 minutos de uma dada tarefa, e em 10 minutos você faz algo diferente para relaxar o corpo ou a mente. Eu tenho tentado (ainda não adquiri o hábito! xD!) a cada 50 minutos fazer alongamentos ou ouvir músicas recomendadas pelo Adriano! (Já viciei em OSI xD!) Eu tava indo bem até dar download do jogo Diablo 2 e ficar jogando dia e noite sem parar....quero, em um post futuro, uma simples estratégia para tornar a mudança inevitável. Não só mudança sobre time management, pois ninguém é obrigado a mudar o que não quer, mas mudança no sentido geral mesmo. A intenção é entender a pergunta: “Como conseguir mudar sem ter chance de falhar?”

É fácil nessa vida não produzir nada, mas para mim é gratificante a idéia de ter sido útil. Espero que para quem esteja lendo que as informações tenham sido úteis e ajudem nos projetos de vida que vocês têm!
Provavelmente depois da leitura deste post voltaremos às mesmas atitudes de sempre...e então é preciso escolher mudar...nada fácil! Um desafio gigantesco! E, no fim...não sabemos mesmo se vale a pena “voar” (da Vinci gostou da experiência!) talvez aqui seja importante se você se identifica com a idéia de ter uma missão na vida ou não. Se você está bem com você mesmo, não é minha intenção convencê-lo a mudar! Mas talvez estas idéias mostrem novas formas de enxergar nosso novo mundo!

Obrigado Adriano pelo espaço no seu blog! Espero que tenham gostado xD!!! Valeu!

 .

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Time Management

“Time Management is a misnomer. The challenge is to manage ourselves.”

A frase acima encontra-se no best-seller “Os 7 Hábitos de Pessoas Altamente Eficazes” do escritor Stephen Covey. Em português, seria algo do tipo:

“Gerênciar o tempo é um engano. O desafio mesmo é gerenciar a nós mesmos”

O desafio é fazer você se comportar do jeito que você planeja se comportar tal que isto lhe traga os resultados que você deseja na sua vida. Simples e complexo assim. Podemos, portanto, fazer a seguinte pergunta: “Por que nós não nos comportamos do jeito que queremos?”
Eu, por exemplo, planejo estudar para a prova. Quando chega na hora...enrolo um pouco...vejo os e-mails...converso com o pessoal...tento ver uns videos no YouTube... De repente o tempo passou e agora preciso, em meia hora, estudar o que estudaria em 2 horas, pois a prova já está chegando e não há mais tempo e há outras matérias para estudar e se eu não correr vou pegar recuperação e...!!!

Isto nunca mudou, apesar de saber que deveria mudar! Alguém se identificou!?

Existe atualmente um conceito sério e que tem causado muita discussão nos Estados Unidos, o qual quando tomei consciência fiquei de certa forma um pouco surpreso de enxergar como que funciona nossa vida.

Qual vocês acham que é a prioridade número 1 nas empresas de hoje em dia?

Acertou quem pensou na hipótese: eliminar distrações e interrupções. (ninguém pensou nesta hipótese xD!)
Uma coisa é certa. O mundo de hoje é completamente diferente do que era há 5 ou 6 anos atrás. E não foi preciso criar muita coisa para isso não. Bastou o celular e a internet...e pronto. Nós estamos em um novo mundo, completamente diferente do que era há apenas alguns anos.
Como isto afeta nossas vidas? Quantas vezes por dia você checa o e-mail? Quantas ligações recebe por dia? Quantos vídeos você assiste por dia? E notícias? No meu caso, provavelmente eu passava o dia no gmail, youtube, noticiários, MSN... Trabalhava um pouco e já recebia uma notificação de que havia novos e-mails na caixa de entrada. Parava de fazer meu trabalho e recebia e-mails ou assistia vídeos, MSN e etc.
O problema é, se nós trabalhamos com tantas distrações e interrupções, certamente não alcançaremos qualquer resultado desejado. Se você não consegue ficar focado em uma dada tarefa por um longo período de tempo, você acredita que pode conquistar seus objetivos? Já pensou se um médico fizesse cirurgias parando a cada 5 minutos para receber e-mails e ler mensagens no celular? Um pouco estranho! Já existe comprovação científica de que quem utiliza SmartPhone tem o QI reduzido em média 10 pontos!
É isso que fazemos quando paramos o tempo todo com distrações.

Existe um conceito do budismo conhecido como “Mind Monkey”, que diz um pouco sobre a natureza da mente humana. Veja se você se identifica: primeiro, surge um pequeno pensamento na cabeça, por exemplo, “o que vou fazer hoje?” De repente, surgem na sua mente algumas possibilidades, você mantém uma, por exemplo “sair com os amigos”, de repente surgem outras possibilidades, e você começa a imaginar o que fará. De repente, sem perceber, você já esta vivendo uma história criada dentro da sua cabeça, na qual você é o personagem principal, geralmente. Então, algum tempo depois, você volta ao mundo “real”, acorda dos pensamentos, e se pergunta: “caramba...onde eu estive todo esse tempo o.o!?”
David DeAngelo, empresário norte americano do qual peguei os dados para este post (do seu programa chamado “Man Transformation - Ultimate Time Management and Productivity”) chama isto de “The ButterFly Effect”. Um pequeno pensamento traz outros, que trazem outros, e de repente nós perdemos o controle. Vale lembrar que isto ocorre com emoções também. E é mais fácil ocorrer com emoções. Por exemplo, algo nos desperta irritação. Começamos a pensar em coisas que trazem irritação, como vingar-se de alguém ou de algo que aconteceu. Isto traz mais irritação e seus pensamentos pioram. Em pouco tempo o seu corpo já esta com alguns músculos tensionados sem que você perceba.

Tenho uma pergunta importante agora: você acha que controla sua mente?

Infelizmente, é uma ilusão acreditar que temos controle dela ou que um dia teremos total controle. Nem mesmo um mestre budista que passou a vida treinando consegue (pois se conseguisse ele teria que igualar sua mente a de um gorila nas montanhas). O que podemos fazer, no entanto, é observá-la sempre que possível, e direcionar nossas atitudes para onde queremos chegar, sempre que possível. Eckhart Tolle, escritor do livro “O Poder do Agora”, diz basicamente que podemos entrar em contato com o funcionamento da nossa mente voltando ao momento presente. Uma forma mais completa de entender isto é entendendo como o cérebro funciona. Temos dois hemisférios. O esquerdo é orientado em experiências e dados colhidos ao longo das nossas vidas. Trata-se de um cérebro probabilístico. O direito já é desorganizado e funciona como a “web”, liga informações aleatórias sem lógica alguma e chega a resultados aleatórios. É o hemisfério da criatividade, portanto, possibilístico. O esquerdo cria a noção de passado, o direito cria o futuro. O problema é que geralmente estamos no piloto automático (isto é conhecido como ego defense), e estar em piloto automático significa tanto que o cérebro esquerdo está oferecendo informações arquivadas (quando revivemos o “passado”) quanto o direito está criando histórias aleatórias e provavelmente criativas (“futuro”).
A idéia portanto é estar ciente do funcionamento do cérebro e observar esses padrões em nós mesmos. Se nós podemos observar isto, não nos perdemos mais nos dados do “passado” ou “futuro”, sobra “o presente” (só por curiosidade, às vezes quando voltamos ao presente sentimos uma sensação conhecida no budismo como “Satori”. É como se percebêssemos pela primeira vez que estamos vivos! É difícil descrevê-la pois surge apenas quando começamos a “treinar” a meditação. Com o tempo pode ainda ocorrer, mas é bem raro. A sensação é semelhante a quando bebemos muito e ficamos anestesiados e alegres, com a vantagem de não depender do álcool. Isto é basicamente parar de viver a vida no piloto automático o que é, em minha opinião, um desafio difícil.

Uma vez que começamos a entrar em contato com o funcionamento de nossa mente podemos começar a nos gerenciar melhor.
Ao voltar nossa mente ao momento “presente”, podemos finalmente perceber o novo mal deste novo mundo: nós somos viciados em distrações.
Nós somos interruption junkies, conforme DeAngelo diz. Observe tudo ao seu redor e principalmente celulares e a internet... e comprove por você mesmo. Orkut, Twitter, YouTube, MSN, Noticiários, E-mail, TV, filmes, DVDs, vídeo-games, jogos...
Nós somos viciados em distração. Talvez porque isto alivia a ansiedade e neste novo mundo, ficar livre da ansiedade é um pouco difícil, pois há stress vindo de muitas fontes. Uma vez que o “stress” não vai deixar de existir tão cedo, a idéia agora é escolher cada vez menos nos anestesiarmos com distrações e procurarmos focar no que estamos fazendo. A idéia portanto é começar a evitar fontes de distração e interrupção! Num post futuro descreverei algumas “dicas” dadas por David Deangelo.

Pode surgir uma pergunta portanto: o que ganhamos com isto? O que ganhamos ao evitar distração?
Há uma frase de Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios da nossa história, que é:

“Once you have tasted flight, you will forever walk the Earth with your eyes turned skyward, for there you have been, and there you will always long to return”

Em português, algo do tipo:

"Uma vez que você prove o vôo, nunca mais você caminhará sobre a terra sem olhar para os céus, pois você já esteve lá, e para lá sua alma deseja voltar".

Certamente Leonardo não fala sobre vôos e há muitas formas de se interpretar a frase. Mas, o que Leonardo provavelmente quis dizer foi sobre a habilidade de observar o “ego”. Pode soar estranho, mas a única forma que um ser humano tem de se desenvolver é através desta habilidade de “observar sua mente”, pois não há como aprender lições de forma eficiente estando em piloto automático. Com esta habilidade de se observar, ambas as extremidades do cérebro ganham recursos para controle e uso de “dados”.
 Um Idiot Savant apesar de “gênio”, não tem esta habilidade de estar acima dos pensamentos, logo sua genialidade não serve para nada. Eles têm algoritmos para resolução ou arquivamento de dados, mas não conseguem criar novos algoritmos para resolução de novos problemas. (no caso, “dados” são as informações que guardamos na memória)
Leonardo diz sobre a habilidade de estar acima de seus pensamentos. É neste ponto que nós temos acesso as nossas escolhas, portanto é neste ponto que estamos vivos. E...se conseguimos ficar neste ponto por um certo período de tempo, entramos no que Daniel Goleman descreve no seu livro “Inteligência Emocional” como Flow (literalmente, estar em “fluxo”). Existem mais duas propriedades que são ativadas pelo cérebro: Zone e Enjoyment. É bastante difícil explicar estas 3 propriedades, mas provavelmente nós já passamos por isto em algum momento antes de sermos apresentados a TV (peguei pesado!? xD). É quando nós estamos tão concentrados em uma tarefa que começamos a sentir uma “conexão” com o que estamos fazendo. Geralmente ocorre quando estamos fazendo algo que gostamos muito. Sentimos um prazer que é expresso em nosso corpo (zone), nossa mente (flow) e no cérebro emotivo (enjoyment) e não pensamos em mais nada a não ser no que estamos fazendo. Nos tornamos um só com nosso trabalho, e isto se torna uma poderosa fonte de prazer. Existem músicos que quando tocam parecem que estão em outra dimensão. Basicamente este é o estado descrito. Portanto, existe uma troca quando eliminamos distração, que pode ser resumida como:

“Quanto menos distração, mais acesso à vida.”

Dr. Paul fez um experimento curioso relatado no seminário “The Seventh Sense” (o sexto sentido é o da intuição, que é adquirido por pessoas com elevada habilidade de observar o ego que durante anos coletaram experiência de vida e os resultados de suas escolhas. Com isto, o cérebro é capaz de, dada uma situação qualquer, saber qual é a escolha certa a ser feita no ambiente e o que irá acontecer. O sétimo sentido é quando o cérebro humano tem dados suficientes para ler a “alma” de uma pessoa. Uma espécie de “Sherlock Holmes” da mente humana!) que consistia no seguinte: durante uma semana os voluntários não fariam escolha alguma. Alguma mesmo. Nem o que comer eles podiam escolher, ou quando beber e ir ao banheiro. Tudo era “escolhido” por outra pessoa. E no fim da semana, fizeram o contrário, eles eram obrigados a fazer todas as escolhas, difíceis ou não, boas ou não, legais ou não. O resultado é curioso: na primeira semana, os voluntários entraram em depressão e todos relataram que “não se sentiam vivos”. Já no fim da segunda semana, todos estavam felizes, evidentemente responderam que “sentiam-se vivos como nunca antes!”
Se você se sente com pouca vida, é porque está sendo passivo na sua habilidade de fazer escolhas (o processo de fazer escolhas é muito complexo de se entender, Steven Pinker, neurocientista britânico, afirma que faltam séculos para chegarmos lá! Cada escolha que fazemos consome energia, portanto, quanto mais escolhas ao longo do dia, piores serão as escolhas no final do dia!)

Portanto, o que ganhamos distraindo-nos o tempo todo é uma espécie de “Atrofia Psicológica” de acordo com os psicanalistas. A neurociência chama este processo de “Morte Lenta”. Diga-se de passagem, nos últimos livros de neurociência que li, a mensagem é sempre a mesma: saia da zona de conforto. O cérebro precisa ser apresentado a novas informações e novos ambientes sempre, senão passa por esse processo de “atrofia”. Se nós vivermos no piloto automático e não conseguirmos vencer a preguiça que o próprio cérebro cria, não evoluímos. O resultado nós podemos observar em alguns adultos que ainda parecem ser crianças. De fato, é muito possível haver uma criança vivendo dentro de um corpo de adulto.

Se quisermos mudar isto, a idéia é justamente restaurar nossa habilidade de nos observar e controlar nossas escolhas. É com esta atitude que podemos mudar!

Sobra-nos agora a pergunta: como mudar? Veremos, no próximo post xD!

 .

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

World of Sheep




Percebi uma coisa.
O mundo - ou, pelo menos, no mundo em que vivo - nos leva acreditar que somos especiais. Ou melhor, de que sou especial. Nascemos e já, desde crianças, somos doutrinados de que somos excepcionais.
De que serei um jogador de futebol internacionalmente famoso. De que serei atriz cobiçada pela beleza e pelo espantoso número de admiradores. De que serei médico e ajudarei os povos desamparados da África.
E, em algum momento, quando algum plano falha, nosso cérebro muda imediatamente o significado de sucesso. O plano que falhou se mostra inadequado e um diferente mais atraente.

Vivo dentro de mim. Conheço algumas das minhas limitações, mas algum pensamento, instalado em mim, me diz que sou excepcional e vou fazer uma grande diferença no mundo, não importando o que eu faça.

Sou levado a todo instante a comparar meu estado com o de outros. A cada momento justifico com argumentos claros cada movimento, cada acontecimento, cada vingança, cada frustração.

Talvez seja essa nossa defesa biológica contra falha de planos. Talvez a interpretação de certos fatos como falha de planos seja uma desvantagem genética. Tanto faz.

E se realmente formos todos medíocres? Coadjuvantes da história dos outros?
E se todos formos apenas o que somos? Sem mais nem menos. Sem medidas de bom, ruim, perdedor, ganhador. Se a cada instante tivéssemos a memória apagada e isso pouco importasse?
Sem pesos nem medidas, a felicidade/satisfação dependendo apenas do Agora. O que seria?

Provavelmente nos restaria ser apenas nós mesmo... e nada mais.

sábado, 7 de novembro de 2009

Comunicação que Liberta, Comunicação que Aprisiona

Estive um tempo viajando, fora do país. Levei meu laptop para manter um pouco de contato com a terra de origem, mandar uns e-mails, descarregar as fotos da câmera e colocá-las online o mais rápido possível. Porém, não encontrei muito tempo para ficar procurando redes Wireless por lá e também nem me interessava muito perder tempo com essas coisas, então fiquei 11 dias praticamente sem internet. Levei também meu celular, mas minha operadora me cobraria um valor que eu não estava disposto a pagar para ter benefícios internacionais, então ele ficou como mp3 player mesmo...

Não me dei grande falta destes dispositivos por esse tempo. E ainda relembrei como usar um telefone público.

Porém, quando voltei pra casa... caixa de entrada lotada, milhares de fotos para serem organizadas, mostradas, N mensagens no celular, etc. Pensei em algumas coisas que me chamaram a atenção:

De fato, esses dispositivos não fizeram muita falta, enquanto estive apenas me divertindo. Foi até bom estar "inacessível" por um tempo. Contudo, quando cheguei e tive de por em dia essas inúmeras como e-mail e SMSs, me dei conta de que não há como fugir de estar conectado. Isso é óbvio para qualquer executivo! Mas eu não sou nenhum pouco executivo, e senti uma diferença drástica no meu modo de vida num intervalo de tempo de apenas 1 semana e meia.

Somos requisitados o tempo todo de viver em redes digitais. E-mails para o contato mais formal, twitts e scraps para chamar os amigos pra sair no fds ou comentar a partida de futebol da semana. Ou até aquela mensagenzinha de celular mandada na inevitável ida ao banheiro.

Poderíamos simplesmente recusar tudo isso!

Mas acredito que seria como um míope se recusar a usar óculos... É possível viver!

Imagine só um grupo de amigos da década de 70, quantas frases eles deveriam ter trocado entre si num intervalo de 10 anos, somando todos os meios de comunicação disponíveis?

Agora, outro grupo de amigos na década de 2000...? Quantas idéias e discussões a mais foram trocadas entre eles com relação ao grupo anterior? As relações com certeza ficaram muito mais rápidas e, consequentemente, mais profundas...

Acredito eu, podemos tirar proveito imenso dessa rapidez e praticidade. Ser pessoas mais pessoais, presentes e humanas. O que muitos estranham é a qualidade da informação trocada por esses meios... Os meios facilitam, mas não são eles que geram a informação: são as pessoas.

E pessoas não se consertam com tecnologia.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Visão do Futuro pela Microsoft

Fiquei fora por um tempo, viajando por lugares interessantes. Ando muito ocupado recuperando o tempo "perdido" na faculdade por causa da viagem, por isso os posts aqui andam escassos. Pretendo retomar a produção o mais breve possível.

Enquanto isso deixo aqui mais algumas coisas interessantes.

Já comentei anteriormente que estamos em tempos exponenciais, que é difícil até de acompanhar as mudanças e novidades que surgem por aí. Apresentei o Milo, o rapaz feito de algoritmos da Microsoft, que interage com as pessoas.

Novamente, a Microsoft anda - como eu - empolgada nesse assunto. Recentemente ela publicou um vídeo de como pode ser o futuro em 2019. Pra quem não viu, valeu muito a pena ver:


É uma especulação, difícil de afirmar, pelo menos é lindo filme! Porém, nem tudo nesse vídeo é completa ficção, a Microsoft já tem na manga o começo do fim do teclado: Surface Computing:


Estou ansioso para 2019!

=)


terça-feira, 28 de julho de 2009

"Em ritmo exponencial, 1% é bastante"


A frase acima é do senhor Ray Kurzweil. Dita numa entrevista que li hoje de manhã a revista INFO Online. Na entrevista ele tocou em assuntos que me surpreenderam bastante, mas ainda assim soou um toque de "já vi isso antes".

Lá ele diz que em breve os computadores possuirão a capacidade de processamento do cérebro humano. Com a crescente velocidade do tráfego de informação, o conhecimento humano está cada vez mais acessível às pesssoas, isso cria uma capacidade de relacionamento inédita na humanidade: praticamente instantaneamente nos comunicamos com qualquer parte do mundo, de qualquer parte do mundo.

A internet é um espaço onde a verdadeira liberdade existe. Os limites são apenas técnicos, porque as idéias transportadas por qualquer mídia que circula pela internet atingem a todos. Percebemos isso apenas de ver que na crescente e poderosa China, a "Grande Muralha de fogo da China" que censura a internet, é simplesmente driblada por jovens hackers, mostrando que a rede é, por definição, livre.

Num futuro, com o crescimento exponencial da informática, como, cada vez mais, estamos sendo puxados para dentro da internet, nossos limites diminuem ao passo que as limitações técnicas são superadas. O relacionamento entre as pessoas ficando cada vez mais íntimo e a informação cada vez mais coletiva, tenderemos a uma Singularidade. Um ser com a personalidade de todos que o integra.

Por que idéia ma pareceu familiar? Muito da Cultura popular já previu o fenômeno: no mundo dos animés três exemplos: Ghost In The Shell, Serial Experiments Lain e Neon Genesis Evangelion explicitam essa idéia, os dois primeiros com idéias de redes muito similares à internet, o terceiro usa uma linda metáfora baseada na mitologia judaico-cristã. No cinema, o nada famoso Matrix, também mostra, de um lado sombrio, a Singularidade.

"As idéias parecem utópicas", como o sujeito disse na entrevista, mas não são. Estamos em por volta de 1% disso, basta olhar para nossos iPods e celulares, entrar no YouTube e redes de relacionamento pra sentir. Porém "em ritmo exponencial, 1% é bastante", o Kurzweil especula que em 2045 nossos corpos serão extensões das máquinas e vice-versa.

=)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Futuro dos Negócios: $0,00



No post passado, ao analisar os jovens milionários da web, no final, especulei características dos modelos de negócios que eles adotaram em comum. Uma delas foi: "todos começaram oferecendo serviços gratuitos alimentados pelos próprios usuários". Dois dias depois, Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired e autor do livro "The Long Tail", lançou seu segundo livro, Free: The Future of a Radical Price (ou Grátis: O futuro de um preço radical).

Chris Anderson afirma que é possível ganhar dinheiro oferencedo coisas grátis! Empresas como o Google cuja base são serviços gratuitos, hoje valem montanhas de capital. Chris estudou tendencias econômicas, psicologia e as tecnologias para responder à pergunta: o que faz coisas grátis gerarem dinheiro?

De fato, "não é cobrar nada que gera dinheiro. Mas cobrar por coisas, em volta daquelas que custam nada, o suficiente para que se possa gerar uma economia" diz Chris. Muitos artistas e gravadoras musicais disponibilizam parte do próprio material na internet gratuitamente e com isso fazem aumentar as vendas. Vemos que há nas pessoas uma tendência para as coisas grátis, especialmente quando se tratam de serviços e produtos de qualidade.

Mr. Anderson disponibilizou seu livro gratuitamente online no formato de e-book e de audio book narrado pelo próprio autor. E para compra nas livrarias. Ou seja, se o livro não gerar as receitas esperadas, será enforcado pelo fracasso da própria teoria, se for um sucesso financeiro, o dinheiro fará jus a sua qualidade.

Para quem está afiado no inglês: O vídeo acima da revista Wired mostra Chris Anderson explicando a própria teoria que originou o livro. Pra quem se interessar mais, este link aqui leva até o e-book para ser lido na íntegra ou para baixar seu formato de audio.

Uhm... eu apostaria que ele está certo.

=)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

So what does it all mean?



Assisti a uma palestra hoje e mostraram esse vídeo. Já está desatualizado, mas ainda valem as idéias! Aproveite!

=)

sábado, 30 de maio de 2009

A Navalha de Occam

"Se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenomeno, a mais simples é a melhor”." (William Of Ockham)
Sou daqueles que gosta de não levar a vida tão a sério. Ainda que eu não seja o melhor dos exemplos para minha própria filosofia, procuro segui-la sempre que me dou escolha. Falo em "sério" não com o sentido de não fazer pouco caso das coisas, mas no de evitar os exageros. Deixar excentricidades de lado. Explico:

A Navalha de Occam (conceito resumido na citação acima) me parece um princípio básico, lógico e verdadeiro. Me parece tão familiar e confortável que admito-o como axioma, um item de série, daqueles que vem dentro do salgadinho ou nos panfletos que entregam na avenida Paulista. Sou um preguiçoso, e sou muito bom nisso!

Confio nos sentidos, ouço e apenas ouço. Perder tempo decidindo se é ruido ou música é deixar o som ir embora sem atenção suficiente... o ouvido é mais sábio que os pensamentos. Assim como os olhos quando vêem e a pele quando sente.

Não levar as pessoas tão a sério não é deixar de dar-lhes devida importância. É entender que o que há em minha cabeça não é a pessoa, mas apenas um pouquinho de nada dela. Uma imagem filtrada pelos meus pensamentos e minhas experiências. Não levar tão a sério é aceitar isso. Que as pessoas são muito mais do que sei e sinto delas. Deixar de julgá-las, ora, é mais simples e requer menos energia do cérebro.

Ninguém é mau pra si mesmo e todo mundo deve ter um bom motivo pra se convencer disso. De um jeito ou de outro, você só faz para si o que acredita ser correto. Analogamente, isso implica aceitar que o que os outros vêem de mim não sou eu. Então, não há necessidade de importar-se com o julgamento alheio.

Por isso, prefiro não levar a vida tão a sério. Por que dar mais importância para os pensamentos, sendo que o efeito é equivalente? A vida começa, a vivemos, e uma hora ela acaba. A única certeza. A Verdade inegável. É mais simples aceitar, tudo se encaixa perfeitamente assim... Isso esvazia sua vida de significados? Vá fazer, agora, algo que esteja com vontade de fazer e não terá mais de se preocupar com isso. Você só tem o Agora, e nada mais. Por que não?

"You're already naked. You have no reasons to not to follow your heart." (Steve Jobs)

=)

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Já estamos no jogo


"- Qual é a 1ª regra de qualquer jogo, Sr. Green?
- O único jeito de ficar mais inteligente é jogando contra um oponente mais inteligente que você.
- Qual é 2ª regra de qualquer jogo?
- Quanto mais sofisticado o jogo, mais sofisticado o inimigo.
- Tudo funciona da mesma forma... Mas, quando esse jogo acaba, Sr. Green?"

"O jogo acaba quando começam a dar as respostas, não deixe brincarem com seus pensamentos, Jake", pensa o Sr. Jake Green consigo mesmo.

"- Sou eu que estou brincando com seus pensamentos, Sr. Green?... Você escutou esta voz por tanto tempo que acredita que ela é você. Acredita que ela é sua melhor amiga."

Jake Green ouvia uma voz interna, que dizia para ele quando fazer as coisas, o que fazer, como fazer. É arriscado dizer, não tenho base científica clara, mas uma profunda intuição me comunica que somos treinados, no decorrer da vida, para ouvir e confiar completamente nessa voz. Ao menos até agora, nunca me vi sem ela. Ela vem a nós como se fossemos nós mesmos. Como se fosse a pura verdade, confiabilíssima.

As necessidades básicas seriam suficientes, se algo - não sei dizer ao certo o que - não nos fizesse querer mais: uma aparente necessidade de se destacar, se isolar, convencer a si próprio e aos outros de que somos especiais. Mais especiais do que parecemos. Um treinamento tão eficiente que é difícil perceber como e quais elementos da sociedade implantam e alimentam isso em nós. (Embora outros sejam obviamente claros!).

"- Qual é o melhor lugar para um oponente se esconder? No último lugar que você procuraria. Ele finge ser seu melhor amigo. Você está protegendo-o, Sr. Green....Mas com o que? Ele está escondido atrás de sua dor, Jake. Você está protegendo-o com sua dor."

A dor: reacão alertadora interna a estímulos nocivos externos, medo de sentir mais dor. Esconder a dor, por essa lógica, é negar a realidade. Criar pretextos, recusar. Aceitar a dor é enxergar, reconhecer causas e amplificar seu mundo.

"- Abrace sua dor... E ganhará o jogo."

Sabemos que há algo errado. Sabemos que há algo que não sabemos. Depois de estudar, procurar e prestar mais atenção a certas fontes de reflexão - como o filme inglês/francês Revolver, de Guy Ritchie, 2005, do qual extraí as falas aqui entre aspas - percebi que fui treinado a ignorar muitas coisas sem questionar. Odiar as dores. Incorporar os traumas. Entender que tudo é injusto.

"- Se você muda as regras que controlam você, você mudará as regras do que pode controlar."

Perceber que essa voz pode não ser eu? Uma voz se expressa por palavras! O que penso não se limita a palavras. A Natureza não as reconhece. Definitivamente, acho ela não sou eu.

Eu nunca tinha pensado em nada disso antes... 


segunda-feira, 27 de abril de 2009

Considerações Secundárias

O mundo está acabando. Está sim: a poluição aumenta, a crise aumenta, as mortes aumentam, a população aumenta, a corrupção aumenta, o desrespeito aumenta e a água limpa diminui. As armas de guerra ficam mais potentes, a ignorância agora acessa a alta tecnologia para se espalhar desenfreadamente por aí - ou talvez, no mínimo, para ficar mais evidente.

Em questão de uma ou duas décadas - talvez menos - o mundo que conhecemos estará completamente extinto!!! Quem será o culpado? A tecnologia? Por construir muitos carros, extrair muito petróleo e vender muitos prédios?... Antes de arriscar responder a essa pergunta, farei algumas considerações secundárias: 
  • Com o avanço tecnológico foi necessário gerar mais energia (até este presente momento, isso é quase equivalente a dizer: poluir mais);
  • Até agora, sempre se precisou de cada vez mais energia;
  • O avanço da tecnologia consolidou o capitalismo (e vice-versa), este que, por sua vez, coloca o dinheiro em primeiro plano nas sociedades e demanda e cria mais tecnologia que demanda e cria mais energia ... (loop)
Bastando essas considerações chegamos à seguinte afirmação:

Avanço tecnológico => Mundo cada vez mais próximo do fim

Muito bem... o mundo vai acabar! Não há nada que você possa fazer. Mas essa ainda não é a resposta para a pergunta anterior...

Hoje, agora, exatamente nesse momento, você aí, estamos todos num momento de transição (assim como todos os momentos do universo, com exceção do primeiro e do último). O mundo está acabando lá fora e aqui a tecnologia se torna nossa casa. Algo velho deixa de existir para dar espaço ao digital, virtual, biotecnológico. Não temos opção: já estamos nesse espaço, quem preferir se negar a ele ficará com o mundo que está morrendo. Aqui, para ingressar nesse novo espaço, são pré-requisitos obrigatórios: se relacionar bem com as pessoas indistintamente, abraçar todo conhecimento indistintamente, gerar energia limpa, não guerrear, buscar a eliminação do ego.

Assim, vê-se que a tecnologia não é um mal ou um bem que vem para eliminar ou salvar a humanidade, mas uma consequência inevitável da evolução social do Homo sapiens. Isso sugere uma resposta para a pergunta acima. Actore non probante, reus absolvitur.
 
Sabe, quando se diz que o brasileiro - aaeeeee - sempre deixa pra estudar 5min antes da prova? O que vai sepultar esse planetinha é exatamente isso, o mundo inteiro dando de brasileiro. Só que ao invés de estudo, é preocupação ambiental e social... vamos ver então, se esses 5min serão suficientes para reverter o tempo gasto na preocupação exclusivamente econômica, para ser aprovado na prova de sobrevivência de espécie.

Os 5min é o que estamos vivendo agora, o novo espaço já existe. O propósito dos textos que circularão por aqui é fazer exatamente este tipo de considerações secundárias (que são apenas uma ínfima parte de quase-infinito), jogar na cara de quem estiver lendo - claro, com a maior das cordialidades - o óbvio da nova realidade que estamos vivendo. Assim:

Esse é o nosso destino, se você está lendo até aqui, já faz parte dele. Isso é um pouco do Novo Mundo, e aqui, faremos o tempo todo Considerações Secundárias para nos acostumarmos à atmosfera do novo lar. Agora pegue um café (um suco, um copo d'água, uma cerveja ou qualquer outra coisa que dê prazer de ingerir - dê preferência as de baixa caloria), acomode-se na cadeira e seja bem-vindo a mais esse humilde templo da tecnologia.

=)